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Chegaste um dia prazenteiro, feliz
Um ramo na mão de rosas cheirosas
Trazias um ar alegre de homem petiz
Na boca trazias promessas deliciosas
Deste-me um beijo quente, ardente
Arrebataste meu desejo, num beijo
Fiquei frágil, pequena, demente
De mais e mais beijos ficou o ensejo
Viste de mansinho então, e tua mão
Na minha ansiosa vieste pousar
Eu nao sabia então que meu coração
Tanto se iria um dia enganar
Nao podia e nao queria imaginar
Que por vezes a promessa é quebrada
Promessa que se formou sem pensar
Na boca de uma pessoa apaixonada
Chegaste e mudaste a minha vida
Fizeste dela o que bem entendeste
Umas vezes tão bela tão colorida
Outras houve que a entristeceste
E agora já cá não estás comigo
Já não sei há quanto tempo partiste
Já deixei de chorar a sonhar contigo
Apenas a saudade me deixa triste
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Já vivi no lindo jardim do amor
Onde o carinho crescia em liberdade
E os beijinhos voavam de flor em flor
Espalhando por todo o lado a felicidade
Do chão brotavam sorrisos airosos
Que eu apanhava com suavidade
Passei momentos maravilhosos
Deixei meu coração em liberdade
Nesse jardim cresce com fartura
Umas ervinhas de nome paixão
P’ra minha ansiedade eram a cura
Minha alma num eterno turbilhão
Não havia jardim mais perfumado
Que o meu belo jardim do amor
Perfume assim nunca foi inalado
Tão suave, macio e cheio de cor
E eu fui a mais sortuda criatura
Por ter vivido um dia neste jardim
Onde esvoaçavam o amor e a ternura
Como borboletas num bailado sem fim...
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Sou mulher e envelheço devagarinho
A noite cai e eu choro baixinho
A pele outrora jovem e quente
É agora mais morna, rugosa, dormente
Sinto saudades de um corpo sentir
De ver uns lábios vermelhos sorrir
Senti-los nos meus, doces, carnudos
Os nossos corpos juntos, desnudos
A falta que faz um abraço apertado
Uma carícia suave, um gesto ousado
Falta de ouvir palavras sussurradas
Nos meus ouvidos carícias murmuradas
O tempo passa depressa, maldoso
Sinto meu corpo tremendo, saudoso
De uma noite de amor apaixonada
Na pele já velha sentir-me amada
É noite escura e eu choro baixinho
Tenho saudades de ter um carinho
Nas minhas mãos a pele mirrada
A lembrar-me que sou mal amada
Sou mulher e envelheço devagarinho
Fecho os olhos, adormeço de mansinho
No sonho sou a dona do meu sentir
Sonho que sou jovem e volto a sorrir...