Quinta-feira, 21 de Julho de 2011

Tons de cinza...

 

 imagem retirada da net

 

O fim de tarde, mais uma vez pintado em tons de cinza

Recebe-me ventoso e frio. Sei que o sol está lá

Mas não o vejo, apenas o adivinho perdido entre as nuvens

As gaivotas amontoam-se na areia molhada pelas ondas

Que quebram na areia, coberta de pequenas conchas e búzios

Saltitam e soltam gritinhos estridentes e incessantes

É sinal de tormenta em alto mar…

Se no meu coração morassem gaivotas

Também estariam todas no areal

Porque dentro de mim existem mares de lágrimas

E soluços capazes de desencadear tsunamis

E no vazio do meu peito o ar corre, veloz

E destrói à sua passagem o que ainda resta de nós

E dos sonhos que sonhei algures no passado…

Aos poucos, com a passagem do tempo

A tormenta há-de acalmar e as águas hão-de serenar

E então, depois desse dia

Dentro de mim as gaivotas voltarão a cruzar os céus

E de asas abertas, irão planar em liberdade, sem pressa

O sol brilhará alto no céu e nos meus lábios

Desenhar-se-á, por fim, um sorriso cálido de Verão…

 

  

 

Cláudia Moreira

 


publicado por magnolia às 00:12

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Sábado, 2 de Julho de 2011

Quarto vazio...

 

 

 

Entrei no meu quarto vazio

Recebeu-me uma vez mais escuro e frio…

A solidão dançava com as sombras

Ao som de um saxofone choroso

Que algures ali perto alguém tocava…

Deixei-me cair na cama subjugada pelo peso dos pensamentos

Olhei o tecto e pela milésima vez vi a mancha de humidade

Pensei em ti

Longe de adivinhares que alguém

Uma mulher perdida numa cidade indiferente

Pensa em ti…

Desejei que ali estivesses…

Deixei o pensamento fluir

Abandonar o meu corpo e fugir pela janela

Vaguear pelo firmamento negro, salpicado de estrelas.

Foi então que te vi, ali ao virar de Vénus…

Sorriste-me e eu devolvi o sorriso embrulhado em luz

Aproximei-me e estendi os dedos até te tocar o rosto

Deixei que os meus dedos te reconhecessem a pele

Os olhos, as sobrancelhas, o nariz, a boca…

Depois, depositei um beijo nos teus lábios macios

E deixei-me ali ficar, perdida, na tua boca morna

Envolveste-me então num abraço apertado

E senti aquilo que poderia ser a felicidade a bater no peito…

Foi então que o saxofone se calou na noite

E eu voltei ao quarto e à mancha de humidade

O sorriso desfez-se na minha boca

E uma lágrima solitária desceu pelo canto do meu olho

E deixou-se cair, sem medo, até à coberta da cama

De manhã, pareceu-me que ainda lá estava…

 

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publicado por magnolia às 01:22

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