Não cabe em mim todo o amor que te tenho
Transborda do meu corpo
Goteja para o chão da Terra
Um fio de água
Transforma-se depois num regato
Um rio
Por fim um imenso oceano
Cobre planícies, vales, montanhas
A Terra inundada
O mundo é afinal muito pequeno
E pequeno
Deixa tombar este sentimento para o Universo
No espaço infinito
Um oceano inteiro de amor por ti
Não cabe em mim todo o amor que te tenho
Sufoca-me
Liberta-se do meu peito
Ergue-se no ar e consome todo o oxigénio da Terra
Liberta-se da atmosfera e atinge as estrelas
Que brilham agora mais intensamente
Desembaraçadas do pó estelar
Por este sentimento sincero
Límpido
Não cabe em mim todo o amor que te tenho
Solto-o. Liberto-o. Desobrigo-o. Exalo-o.
Ofereço-to.
Cláudia Moreira
Dezembro 2011