Ergo a mão e aceno-te em jeito de despedida
Abro um sorriso para esconder uma lágrima teimosa
Até breve, digo eu murmurando
Levantas a mão e acenas-me também.
Leio claramente nos teus lábios a palavra “adeus”
Deixas que se misture com aquele sorriso largo que te define
É para me poupares da tristeza, bem sei.
Ah! Não me digas adeus meu amigo!
Sabes que adeus é uma palavra difícil
E que assim como tu gosto muito das palavras
Mas não das difíceis que me queimam os lábios
E adeus é uma palavra para sempre, é uma palavra infinita
Infinita e dolorosa e não a quero a viver no meu peito
Tu partes agora e eu ainda fico mais um pouco
Digo-te então que é por breves instantes, meu amigo
Não tarda as tuas gargalhadas ecoarão novamente pelas preguiçosas tardes de sol
E não demorará até que as tuas velas erguidas cortem novamente os oceanos
O tempo escorre depressa pelos socalcos da vida
Tu sabes.
Baixo a mão porque por fim me viras as costas.
Levas ainda o sorriso colado nos lábios.
Não faz mal que partas agora
Porque sei dentro de mim que havemos um dia de nos reencontrar.
Até breve, digo eu murmurando.
Por Cláudia Moreira
07-05-2012