Ja te escrevi vezes sem conta
Todas cartas ao lixo foram parar
Sinto-me parva, sinto-me tonta
Porque nenhuma consegui enviar
Escrevo coisas lindas, maravilhosas
Partilho contigo meus pensamentos
Invento sonhos, viagens deliciosas
Descrevo nossos doces momentos
Mas nenhuma me sai da mão
E até nem sei porque as escrevo
Tenho esta duvida no coraçao
Nao saber se as enviar eu devo
Queria dizer as coisas que sinto
Mostar-te meu imenso desejo
Por ti, meu amor, mas pressinto
Que tu nunca me darás um beijo
O papel, a caneta de tinta preta
Sao os meus fieis confidentes
A eles conto minha vida secreta
Meus desejos mais prementes
Tenho em mim muita tristeza
Por nao as conseguir enviar
Mas tenho tambem a certeza
Que das cartas nao irias gostar
Foste sempre frio e distante
E nunca para mim irás olhar
Marido, amigo ou apenas amante
Sei que nunca me irás amar
É enfim hora de te esquecer
O lindo papel de carta guardar
Para ti nao vou mais escrever
Vou meu coraçao sossegar