Quarta-feira, 18 de Maio de 2011

Não te deixarei fugir outra vez...

 

 imagem retirada da net

 

Deixei-te fugir numa destas tardes primaveris em que o sol ameaçava já desmaiar por força do adiantado das horas. Saíste do meu peito num bater de asas suave, deixando no ar um cheiro de saudades e rosas. Depois vi-te voar em direcção ao céu azul matizado de cores pastel. Brincaste por momentos no cabo de alta tensão e depois, misturado entre andorinhas de peito branco e asas negras, desapareceste do meu ângulo de visão.

 

Sentei-me então na beira da estrada, um pouco vazia e perdida, olhando o céu na esperança de que não demorasses muito a voltar. O frio que me entrou pelos pés e me percorreu as pernas por dentro, demorou muito pouco a chegar ao ventre e depois de um breve momento de hesitação, chegou ao peito. Esse, vazio, fazia eco quando pensava no teu nome. Depois o frio cortante tornou-se vento e quando se fundiu com o eco, o barulho tornou-se ensurdecedor.

 

Depois, como se tivesse caído uma chuvada de Verão que lava a terra e as plantas e os beirais das casas e deixa tudo num silêncio dormente, fiquei em paz. Nenhuma inquietação, nenhum suspiro profundo, nenhum tremor de lábios entreabertos, nenhuma dor por detrás do esterno. Apenas o silêncio dentro do meu corpo. Nem o sangue a correr nas veias se fazia ouvir. Nada.

 

Depois daquilo que me pareceu ser uma eternidade, voltaste, e contigo as sensações antigas em catadupa. A inquietação voltou. Os suspiros voltaram. As tremuras nos lábios voltaram. A dor por detrás do esterno voltou. E com tudo isso o teu rosto também voltou a habitar o meu peito e trouxe dentro dele o teu sorriso e dentro do teu sorriso a certeza de que nunca amarei mais ninguém tão intensamente.

 

Lembrei-me então da fita que trazia no meu cabelo farto e com ela fiz um laço e prendi-te então ao braço. Não te deixarei fugir outra vez.  

 

Cláudia M.


publicado por magnolia às 17:34

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Segunda-feira, 1 de Novembro de 2010

Estado Doloroso

imagem retirada da net

 

 

Dói-me tudo.

A pele. Os músculos. Os vasos sanguíneos. Os ossos.

O estômago. Os pulmões. O cérebro. O coração.

Dói-me tudo.

Não há nenhum centímetro de corpo que não me doa por causa de ti.

E dói tanto, tanto, tanto…

Apetece-me gritar! Gritar sons e interjeições e palavras sem sentido!

Gritar apenas!

Não dizer coisa com coisa porque não há palavras para dizer.

Nenhuma palavra pode dizer tudo o que sinto…

Nem muitas palavras podem dizer o que sinto…

Apenas a dor lancinante no corpo.

Na minha cara um esgar, um espelho da minha alma profundamente magoada.

O meu corpo contorcido pela dor. A minha pele, quente, febril.

Dói-me tudo.

A alma, sobretudo dói-me a alma que não sei sequer onde vive.

Não sei se na pele, se nos músculos, se nos ossos.

Não sei onde vive a minha alma e por isso dói-me tudo. Cada pedacinho do meu corpo…

Dói-me tudo porque não posso olhar para os teus olhos com os meus olhos.

Não posso sentir a pele quente do teu corpo na pele das minhas mãos.

E também não posso sentir os teus lábios húmidos com os meus lábios.

Não posso sentir o teu corpo dentro do meu abraço.

Dói-me na carne a dor imensa da saudade.

E a cada hora que passa dói mais e mais, mais profundamente.

Dói-me tudo e não há como matar esta dor.

Antes a dor me matará a mim…

 

 

Cláudia Moreira


sinto-me: ...:/

publicado por magnolia às 23:22

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Quarta-feira, 22 de Setembro de 2010

Precisei...

 

 

Precisei de um sorriso rasgado

Precisei de uma lágrima sincera

Precisei de um abraço apertado

Precisei de uma mão atenta

Precisei de um beijo apaixonado

Precisei de uma palavra feita de amor...

 

... mas tudo o que encontrei foi o vazio frio e silencioso da solidão....

sinto-me: ...

publicado por magnolia às 23:12

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Domingo, 4 de Abril de 2010

Distância dolorosa

imagem retirada da net

 

 

 

Estás tão perto de mim

Tão próximo o teu rosto do meu

Apenas uns escassos centimrtros

E os meus lábios pousariam nos teus

No entanto

Um  gigantesco  mar  feito de diferenças

Nos separa

A maior, o amor

Que te dedico

E que não vês

Como podes tu não ver um amor tão grande assim?

Que se ergue agigantado no meu olhar

Que se mostra inteiro, nu, no meu sorriso

Que leva tanta ternura em cada letra de um olá apenas murmurado…

Estás tão perto de mim mas tão longe

Como se um imenso mar nos separasse

No entanto

Se eu estender a mão posso sentir o teu rosto

Imensamente belo nos meus dedos ansiosos.

Gosto de ti. Sim, gosto de ti e isso dói.

 

 

sinto-me: :(

publicado por magnolia às 00:52

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Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2010

Hoje...

imagem retirada da net

 

 

Hoje não consigo parar de chorar

Não consigo que as lágrimas parem de me correr pela cara

Inchando os meus olhos, a minha pele e todo o meu ser…

Tenho uma dor dentro do peito

Uma dor que me magoa imensamente

Uma dor tão grande como se uma tenaz me apertasse uma perna

Ou um braço

Como se me rasgassem a pele sem pena

Como se me esburacassem o peito com uma faca afiada

Hoje não consigo parar de chorar

Como se não fosse mais possível sorrir

Como se tivesse desaprendido de ser feliz

Como se essa possibilidade me fosse vedada para todo o sempre

Hoje não consigo parar de chorar

Queria correr, correr sem parar

Sem destino, correr até já não conseguir sentir-me

Até estar tão cansada que não seja capaz de chorar

Só queria parar de chorar…

Só queria parar de chorar…

Só queria parar de chorar…

Só queria parar de pensar…

 

 

 

 

sinto-me:

publicado por magnolia às 00:23

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Domingo, 14 de Fevereiro de 2010

Porquê

 

imagem retirada da net

 


Perguntei ao peixinho que nada no mar

E também a uma solitária margarida

Perguntei a uma gaivota que aqui vi passar

E perguntei ainda a uma libelinha no campo perdida

Depois perguntei ao grande carvalho

E também ao cacto do deserto

E a uma rosa coberta de orvalho

E também ao gato que estava mais perto

Perguntei a todos os seres vivos do mundo

Mas o mais que consegui ouvir

Foi um silencio pesado e profundo

Que não me fez desistir

Perguntei então a um grão de areia

E também à estrela mais brilhante

Perguntei à pedra mais dura e mais feia

E ao mais belo e puro diamante

Perguntei então ao imenso planeta Terra

A Vénus, Saturno, Marte e também ao sol ardente

E ao cosmos inteiro que tantos mistérios encerra

pedi por favor,  respondam-me urgente

Mas até então ninguém me soube responder

Uma mentira por piedade ou apenas a verdade

Preciso mesmo de saber

Para acabar com a ansiedade

Preciso mesmo de saber

Porque me sinto tão só...

 

 

sinto-me: ...

publicado por magnolia às 02:28

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Quarta-feira, 10 de Fevereiro de 2010

sucumbi

 

 

 

Nos meus olhos cansados pousaste os teus

Tremi 

Não de frio nem de medo, mas de dor

Por saber que neles já não via nenhum amor

Chorei

Mas de coragem e arte o meu peito enchi

E os olhos sedentos para ti eu ergui

Doeu

Ver-te voltar as costas sem olhar para trás

Não sei como de ficar de pé fui capaz

Sofri

Mas não fui capaz de dali arredar pé

Embora no meu peito não houvesse mais fé

Fiquei

Mais morta que viva e muito dorida

De corpo fraco e cansado e alma perdida

Gritei

No silêncio perfeito do meu peito cansado

O grito ali ficou para sempre abafado

Sucumbi

E então, meu corpo tombou no chão finalmente

E o silêncio da morte chegou inclemente…

 

 

 

sinto-me: ....

publicado por magnolia às 17:48

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Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2010

azul perfeito...

 

imagem retirada da net

 

 

no imenso oceano azul perfeito

 

 

dos teus profundos olhos naveguei

 

e depois, em sonhos, no teu cálido peito

 

dessa longa viagem descansei...

 


 

embala-me agora no teu colo com doçura

 

deixa-me ser tua por breves momentos

 

deixa que nas tuas mãos leves de candura

 

eu guarde todos estes sentimentos...

 


 

ah! estes sentimentos que um dia ousaram nascer

 

desabrochar na minha alma antes serena

 

e depois nunca mais os pude conter

 

dentro desta minha alma demasiado pequena...

 


 

foi nos teus olhos que me apaixonei

 

seduzida por esse imenso azul celeste

 

e dos teus lábios que eu nunca beijei

 

ouvi palavras doces que nunca disseste...

 


 

deixa-me ser tua por breves instantes

 

abre a tua alma à minha alma cansada

 

seremos amigos, seremos amantes

 

e por breves segundos sentir-me-ei amada...

 

sinto-me: :/

publicado por magnolia às 00:56

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Quinta-feira, 10 de Setembro de 2009

Poema nocturno

 

imagem retirada da net

 

 

 

A noite caiu ligeira e todo o céu escureceu

 

Chorei

 

Senti-me só e o meu coração não compreedeu

 

O porquê de tanta raiva e amargura

 

O porque de tantas palavras ditas com secura

 

Chorei

 

No silêncio da noite eu chorei

 

Pelo silencio igual que agora mora em mim

 

Por saber que agora será para sempre assim

 

Chorei

 

E não pude compreender

 

A razão de ter que te perder.

 

 

 

 

magnólia

 

 

sinto-me: ....

publicado por magnolia às 23:19

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Segunda-feira, 8 de Junho de 2009

Partiu-se

 

Partiu-se

Caiu ao chão e partiu-se em mil pedaços

Senti quando saltou do meu peito

Quando por momentos subiu acima dos meus olhos

Depois suspenso, olhou-me

Apenas uns breves instantes

Depois caiu e partiu-se

Chorei

Muito

Não sei agora como arranja-lo

Não conheço nenhuma cola especial

Nem magia que o conserte

Apanhei do chão os pedaços um a um

Carreguei-os no regaço e afaguei-os

Depois

Beijei-os

Uma lágrima caiu-lhe em cima

Ficou a marca indelével da minha dor

Nunca mais a poderei esquecer

A minha dor

Guardei os pedaços numa caixinha de seda

Rezei uma oração em despedida

Fechei-a

Guardei-a

Para sempre

Para sempre guardei meu coração.

 

 

sinto-me: apenas triste

publicado por magnolia às 15:33

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